domingo, 30 de março de 2014

dia não sei quantos domingo à noite: recebido por e-mail

Nada disto nos embala. Das regiões doentias, ou isso, sopra um bafo a prazer apodrecido, embora cada oscilação atravesse o corpo com um desdém próprio dos holocaustos de luz. Continuamos a brincar com as palavras, assim como a cria reverte para si a eternidade de um momento, às vezes dois, se for suficientemente capaz. Depois, para viver com arte, cingimos esse corpo aos claustros das imagens, que lindas!, cada vez mais perto de um altar devidamente acondicionado nos manuais e nas trocas de cromos. Vamos ao quiosque como vamos à sauna, como vamos ao talho. Não tarda e a cabazada de sensações culmina num teatro de dois vinténs à coroa (deixem passar), com os nossos lugares vagos na plateia.   

FP

quinta-feira, 27 de março de 2014

dia não sei quantos dias não sei quantos: ok

Também é isso, mexer as mãozinhas, juntá-las no regaço, que bom, fazer uma história de mãozinhas a dar para o torto, arregaçá-las, vamos indo, viva o velho, atravessar cada momento com o desplante do esquecimento (deixem passar), até ver, nunca pior, cada vez mais o tempo a saltitar ao segundo do milésimo (deixem passar), o sangue a bombear mazelas, imagens, retrovistas [risinhos],  cenas que não lembram ao diabo no corpo. E depois nada. Outra vez as mãozinhas, oh!, que queridas as mãozinhas a encolher a dar a dar, uma revoada de espelhos e já cheira a poesia. Não há vida aí que não seja a vida aqui. E vice-versa, atá ao fim. Vou mas é ver se leio umas merdas. Estou em falta.   


domingo, 23 de março de 2014

dia não sei quantos diga lá outra vez domingo: e a rádio Cão, meu?

Antes do ZZzzzzzzz deu-me para ver num canal qualquer a cena nova do Cosmos apresentada por um gajo que não se parece em nada com o Sagan, fazia tempo para acabar com a cerveja e a tarte de maçã, adiando o mais possível o domingo, adiando ainda o mais possível (deixem passar) a segunda-feira das novas dores, quer dizer, deu-me para ficar ali a ver o Cosmos, depois de ter embrutecido o suficiente com os filhos do roque, que já são granditos, coitados, e já têm filhos, portanto, vamos praí nos netos do roque, estava eu assim quando me ocorreu que afinal viemos do macaco enfarpelados de padre. Fui a pensar nisso para o ZZZZzzzz e tudo. 

sábado, 22 de março de 2014

dia não sei quantos sábadoquintafeira: avariáveis todos os dias

...sabemos de fonte certa que continua com a bobo a orar à lua, alguns dizem que uiva, mas não se ouve nada, nadinha desta vida, a coisa vai como o elefante atravessando o riacho de nenúfar em nenúfar, com suplex, não tarda arranja um tronco, deita-se, ainda dorme, nem por isso, vamos para a segunda parte – este jogo é estranho, toda a gente quer ir a prolongamento e a grandes penalidades – já esquecidos da inquietação da primeira, das substituições desperdiçadas, do ar de riso estampado nos focinhos dos adversários. Depois ainda se dorme, só que acordado[s]. 

quinta-feira, 20 de março de 2014

dia não sei quantos quintazentos: avariáveis

O início da posta sonhada era assim: imbuído do espírito deste século que é não ter espírito algum, pensando-se o espírito (deixem passar) no sentido francês do século XIX, ou no sentido que o século XIX francês lhe dava, bem entendido, mas ainda assim imbuído desse vazio, deu-me para caminhar perdidamente, caminhar a cavalo dos pensamentos, arrematado pelas emoções, galgando esse vazio que nos engalana a alma trespassando-nos como uma adaga, enquanto não nos decidimos por uma esplanada. Essa esplanada, espaço de reclusão comprazida, os olhos encarcerados por prédios, avenidas, cruzamentos, olhos bem abertos num horizonte cerceado, esse(…) [risinhos] retomaremos o sonho postando-o logo que seja possível… 

sábado, 15 de março de 2014

dia não sei quantos sejam ao sábado: estímulos

Para o processo de realojamento do meu cérebro deverão ter contribuído algumas linhas lidas de passagem e um carregamento de burrices à lá garder (?). Um tipo Cão não aprende porque cai, aprende quando começa a ter dificuldades em levantar-se. 

quinta-feira, 13 de março de 2014

dia não sei quantos quinta e tal: para sua comodidade passe a pagar por débito directo?

A coisa começava (isto ontem), a coisa começava com[o?] uma lembrança ténue, como aliás todas a lembranças, desembocando na frase de um velho amigo que um dia escreveu algo como calçada muda, ou isso, o silêncio que verte das multidões, o silêncio mais vazio, teria eu acrescentado, nada disto fazia sentido naquela janela perto do sítio onde os humanos olham para cima, a janela até serviu fria essa lembrança misturada com uma data de merdas que não encaminhavam qualquer pensamento, mas depois qualquer coisa inchou como um balão, e toda a gente sabe que quando as merdas incham forçosamente desincham e passam, a alternativa é rebentarem. Toda a gente sabe disso. Num momento que é um repente (deixem passar por favor), ou melhor, nesse momento que foi um repente, a boca cheia de metáforas deixou de fazer sentido, todas a palavras eram desnecessárias ali, eflúvios de merdas cinzentas (ERA MESMO A SUA COR) assomavam à boca em forma de riso, mas sem som, nenhum som conspirava contra aquele momento, um repente sem nenhuma direcção como algo adquirido. Apenas depois as coisas assumiram formas, interrogações, umas maiores ???? outras nem por isso ???, outras ainda de roupagens quase unicelulares ?????????, outras a derraparem para ??ZZZzzz?. Entretanto fui ver da conta da água. Quaaaaanto?

quarta-feira, 12 de março de 2014

dia não sei quantos quarta e tal: estão hoje fundos os pássaros

Não me sai da cabeçorra, um dia Ruy Belo escreveu assim: É tão depressa dia e nada nos redime / Alguém não despertou ficou na noite / Vieram da manhã uns homens que varreram / a restante alegria destas ruas / A criança na roda cantará: / estão hoje fundos os pássaros / estão hoje fundos os pássaros / quem no-los tirará de lá? / Tão vasta como o mar a nossa dor / alguém nos poupará de nela naufragar?, ou nem isso.  

domingo, 9 de março de 2014

dia não sei quantos domingos são: algo trabalhava por detrás da sua fronte

A questão da preparação e realização/concretização do bacalhau à Cão não é de somenos, antes representa o fino quilate de várias luas a uivar conjugando as várias partes do cérebro até fazer sangue, ou isso. Deixemos a receita para depois [aliás a cena foi ontem], entretanto, atentemos em coisas que desvariam a nossa remota atenção, merdas importantíssimas que culminam em frases dilacerantes e eternas, frases cujas palavras vão ganhando vida até nos esquecermos delas, palavras que se fundem com o ar que respiramos, fundamento de toda a poesia que é o silêncio. Palavrais, dizeis-me, não, não palavreio, refiro-me a palavras que no dizer do sem nome de Hamsun são postas na boca, brotam, por assim dizer, ordenando-se em contextos, desenvolvendo-se em situações, culminando em conjuntos onde se pode ler: algo de mim mesmo tinha passado para aqueles sapatos, ou era tempo de outono, no meio do carnaval da morte. Mais a mais o horário de beneficência tinha passado, por exemplo. Por assim dizer.     


[entretanto, limpeza da casota: a vida é fodibela]

sexta-feira, 7 de março de 2014

dia não sei quantos sexta dia de adiar: aicu


Antes de ver a cena do portão e da torneira abri o livro: o gosto faz ajustamentos. Dar à luz não é da sua conta. Escreveu assim um dia o Ludwig, isto em 1947.

[entretanto um primeiro pensamento matinal assinalava que, antes de outra coisa, não sabemos se é o HH (Herberto Hélder) que se esconde ou se é a malta que não o procura, mas pronto]

quinta-feira, 6 de março de 2014

dia não sei quantos não interessa agora quinta: esvazia[r]


...era um início excelente para um pouco de tudo, escreveu um dia Hamsun, mais ou menos pela mão de um tipo sem nome. Vamos a isso.

sábado, 1 de março de 2014

dia não sei quantos até ver sábadooooo: reverter para rascunho

Num quadro alargado de criação de sinergias [risinhos], ou isso, resta-nos a invocação de uma janela. A cena com a sua roupagem de poesia virá depois. Entretanto, enquanto a coisa está relativamente incólume convém dar uma olhadela: ……………... sente-se que um invulgar cocktail de merdas competem entre si (deixem passar) por um espaço igualmente merdoso e acanhado, mas revestido por um papel de parede que perspectiva um horizonte sem fim, ou ao contrário , não se sabe. Nada está escrito sem estar escrito (deixem passar), e o medo , às vezes, chega para alimentar até uma alcateia de cães, que aguardam somente que o vento mude de feição (záaaaas). Já terá mudado?