quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

dia: sessenta e tal

E quando um gajo não tem tempo… (não era uma pergunta, note-se); quando um tipo arruma mal as ideias, num compartimento estreito, tipo daqueles dos comboios nos filmes policiais, e há um corredor ainda mais estreito, e numa hipotética passagem, em sentido contrário, assoma um gajo mal encarado e ainda por cima largote(?). Território de sonhos. Entretanto, passam os dias, cada vez mais iguais: uma passagem…sem serventia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

dia sessenta e três ou o c...

Entretanto a ausência de escrúpulos de alguns suscita dúvidas. Um peso. “A vidinha” dir-me-ão, enquanto eu aconchego o jantar respectivo, meu de direito, após uma nuvem de trabalho “do mal, o menos” que me ajeita a digestão. Arroto, já segue, a whisky barato, e não faço por menos: “(…) em especial, as coincidências que são esmagadoramente prováveis”, parece que foi o Chesterton que disse. Ou o caralho.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

dia sessenta mil...e dois: a dúvida assassina

E depois as noites, a rapariga agarrada ao escafandro, uma borboleta esquecida das estações a canto, poeira nos móveis, um livro entreaberto ao lado esquerdo do teclado, um copo de whisky sem alma que o valha e alguns desnortes a remoer como uma canção velhinha, num cérebro cansado. Valha-nos a certeza da cruz, três ou quatro propostas de trabalho sem futuro e uma cara risonha, ali ao lado, logo pela manhã, qual tio Patinhas: “podia ser pior”… 

domingo, 24 de janeiro de 2010

dia sessenta e tal, vá, sessenta e um

Logo pela manhã, quase manhãzinha, em virtude de ter sido acordado por obras domingueiras de um vizinho, não que sejam necessárias obras, basta os gajos e as gajas estarem em cavaqueira dominical para um tipo não poder dormir; vai daí, com rosca ao pequeno almoço decidi-me por leituras com pouca ressaca (eu já nem ressacas consigo ter), e para além de um suplemento antigo, recomecei a papar uma cena do Alberto Manguel, em registo diário, chamado, pois claro, “Um Diário de Leituras”, onde a páginas tantas li uma cena do Borges que obviamente já havia lido num conto: “Os espelhos e o acasalamento são abomináveis, porque multiplicam o número de homens”. Esta manhã de domingo prova-o.  

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

muitos dias depois e um tubo de ensaio...



Andamos à experiência, ou em experiências, para ser mais exacto, com o caralho do entulho às costas, incluindo as nossas divagações e os emplastros dos outros, cada qual com a sua mania, tudo em prol de um objectivo indecifrável, à cabeça, mas obviamente sinistro na sua inexorável caminhada para. Sem interrogações vamos, indefectíveis, sussurram-me, como aqueles nenúfares que nos ajudam a atravessar um rio, desde que sejamos suficientemente leves…